O Quão Bom Somos?


O quão bom somos?
O quão boa realmente uma pessoa pode ser? Será que, em tempos de crise, mantemos nossa ligação com o Eterno, fortemente, ao ponto de não cruzarmos a tênue linha entre o bem e o mal?!
Hoje em dia nos mantemos focados em fazer o “bem” que vai de acordo com nosso entendimento. Procuramos não falar palavras de baixo calão no dia-a-dia, procuramos não manter nenhum vício, dizer "obrigado", "bom dia", e falamos incessantemente sobre bem.
Mas o julgamento contra os maus feitores e suas violências vistos nos noticiários é sempre veloz e a interrogação que sonda a mente, quase que instantaneamente, sempre vem: – “Como pode?” E o – “Eu nunca faria isso” é acrescentado, mesmo que inconscientemente, logo em seguida na maioria das vezes.
Mas será? Será que se estivéssemos na miséria, com a fome apertando nosso estômago e desfazendo nossos sentidos, sem ter mais a quem pedir, não pegaríamos algo sem sermos vistos? Será que sentindo o frio da meia-noite em plena avenida obscura, na certeza de não ter um teto pelos próximos dias, temendo assim a violência; não aceitaríamos o dinheiro de alguém interessado em nosso corpo? Pode parecer horrível, mas insisto: Será que diríamos “Te perdoo”, perante o homem que brutalmente violou e ceifou a vida de nosso filho, cuidado em nosso colo com tanto carinho, mesmo que ele perdão nos pedisse? Será que, em meio ao medo de ter a carne dilacerada por um chicote e as mãos perfuradas por enormes cravos, não negaríamos que conhecemos a Cristo, uma - duas - três vezes?!
O fato é que continuamos dia após dia, declarando: “Estou pronto, Senhor!” e não percebemos que só já não fomos consumidos, porque o Eterno não permitiu estarmos em "ciranda com o diabo."
Vivemos os dias bons achando que já são os maus e quando chegar os verdadeiros dias maus, corre o risco de dizermos que Deus não foi bom, esquecendo-nos de que no mundo teremos aflições, e que ser cristão, muitas vezes, é não ter “onde repousar a cabeça”.
Há muita satisfação com suas " boas ações", há muito julgamento com os atos alheios. Ao observar: há pessoas que louvam a Deus nos cultos e abandonam seu animal de estimação nas ruas. Há pessoas que cantam e também mentem. Há pessoas que ajudam o próximo e por isso perfeitos se sentem. Há realmente verdadeira bondade?! Há vestes sem mácula?
Não digo isso me excluindo, acredite, tanto quem escreve, como quem lê isto, estão na mesma jangada; aliás, o escritor Max Lucado, inspirado pelo Espírito, fez uma observação correta a respeito da graça: Ele diz que em relação a ela “estamos todos tentando tocar na lua. Alguns pulam mais alto, outros mais baixo, mas todos – sem exceção – não podem a alcançar. Não sem a "escada" de Cristo.” *
Todos precisamos dEle. As Escrituras afirmam que o lado natural do ser humano não é bom, mas também afirma que Cristo é totalmente Bom e disse: – “Aprendam de mim.” (Mateus 11:29)
As palavras escritas aqui não são para impelir desânimo, mas realidade.
Se as verdadeiras respostas para as perguntas feitas aqui não existem agora, pelo menos não com completa convicção, é bom que nos empenhemos em descobrí-las e busquemos ajuda divina a respeito, antes que os dias verdadeiramente maus cheguem e as façam vir à tona.
É muito fácil confiar em Deus em um bom dia com 20 dólares no bolso.” **
Nunca me esquecerei desta frase ouvida uma certa vez. E acrescento: É muito fácil falar sobre Deus em um país onde isto é permitido. É muito fácil confiar sem o câncer corroendo a pele, é muito fácil ser amável rodeado de pessoas amáveis. Precisamos nos preparar. Pois o dia mau não é desculpa para errar, é verdade; mas na maioria das vezes é fraqueza espiritual, como aquelas anemias nas quais o corpo parece perfeitamente saudável, mesmo sem ingerir o alimento necessário, onde a mente (por não ter o poder de ver o quadro todo) vive na "santa ignorância", nem imaginando o que se passa com o organismo.
Então, Deus nos abençoe. Porque precisamos!

“Porque eu, o Senhor não mudo; por isso vós, ó filho de Jacó, não sois consumidos.”
(Malaquias 3:6)
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.”
(Efésios 5:15,17)
* [Do livro: Nas Garras da Graça, por Max Lucado]
** [Do filme: Marcado pela Promessa. Graça Filmes]

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